Sistemas de educação e formação técnica e profissional e mercados de trabalho

A pandemia da COVID-19 está afetando gravemente os sistemas de Educação e Formação Técnica e Profissional (EFTP) e os mercados de trabalho, em meio à dupla crise que o mundo está enfrentando, que na verdade é: 1) Uma crise de saúde, com a propagação da pandemia e a implementação de medidas de confinamento. A crise de saúde está causando o fechamento de prestadores e empresas de EFTP, o que força mudanças na organização da formação e do trabalho. Essa situação de emergência pode durar vários meses. As prioridades incluem garantir a continuidade do desenvolvimento de habilidades e introduzir programas de formação de curto prazo para combater as lacunas de habilidades causadas pela crise de saúde. 2) Uma crise econômica, pois as medidas de confinamento estão levando a uma grande recessão nas principais economias e nos principais setores de atividades, o que pode causar uma depressão duradoura. O desenvolvimento de habilidades fará parte da resposta política à perda maciça de empregos, a fim de reorientar os trabalhadores em busca de emprego ou em direção ao empreendedorismo. Além disso, a crise pode levar à aceleração das tendências emergentes da economia mundial, como a digitalização dos locais de trabalho, ou à reversão da globalização, com a concentração de indústrias estratégicas em alguns poucos países. A demanda por habilidades no mercado de trabalho pode sofrer grandes transformações, e isso deverá ser o foco dos sistemas de EFTP. O impacto da crise na transição para o desenvolvimento sustentável é incerto. O confinamento levou a enormes reduções nas emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e na poluição do ar, mas os planos de recuperação podem ter que se concentrar em restabelecer as indústrias como elas existiam antes da crise, em vez de iniciar a transição. Pode haver uma redução da capacidade do setor privado de realizar os pesados investimentos necessários nos setores-chave, como energia e transporte.